Mário Quintana

As mãos de meu Pai As tuas mãos tem grossas veias como cordas azuis sobre um fundo de manchas já

Poeminha sentimental O meu amor, o meu amor, Maria É como um fio telegráfico da estrada Aonde vêm pousar as

A rua dos Cataventos I Escrevo diante da janela aberta. Minha caneta é cor das venezianas: Verde!… E que leves,

A rua dos Cataventos II Para Érico Veríssimo O dia abriu seu pára-sol bordado De nuvens e de verde ramaria.

Bilhete Se tu me amas, ama-me baixinho Não o grites de cima dos telhados Deixa em paz os passarinhos Deixa

O auto-retrato No retrato que me faço – traço a traço – às vezes me pinto nuvem, às vezes me

Virá bater à nossa porta? Esse tropel de cascos na noite profunda Me enche de espanto, amigo… Pois agora não

Este nosso mundo Sentiu Adão que alguém se aproximava silenciosamente E lhe tapava os olhos com carinho! “Adivinha quem é,

A canção da vida A vida é louca a vida é uma sarabanda é um corrupio… A vida múltipla dá-se

Inscrição para um portão de cemitério Na mesma pedra se encontram, Conforme o povo traduz, Quando se nasce – uma