Os Hóspedes, Poema de Mário Quintana
Os Hóspedes
Um velho casarão bem-assombrado
aquele que habitei ultimamente.
Não,
não tinha disso de arrastar correntes
ou espelhos de súbito partidos.
Mas a linda visão evanescente
dessas moças do século passado
as escadas descendo lentamente…
ou, às vezes, nos cantos mais escuros
velhinhas procurando os seus guardados
no fundo de uns baús inexistentes…
E eu, fingindo que não via nada.
Mas para que, amigos, tais cuidados?
Agora
foi demolida a nossa velha casa!
(Em que mundo marcaremos novo encontro?)