Carlos Drummond de Andrade

Amar Que pode uma criatura senão, entre criaturas, amar? amar e esquecer, amar e malamar, amar, desamar, amar? sempre, e

A um ausente Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar. Houve um pacto implícito que rompeste e

A Procura da Poesia Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a

A Palavra Já não quero dicionários consultados em vão. Quero só a palavra que nunca estará neles nem se pode

A ilusão do migrante Quando vim da minha terra, se é que vim da minha terra (não estou morto por

A Flor e a Náusea Preso à minha classe e a algumas roupas, vou de branco pela rua cinzenta. Melancolias,

A cada dia que vivo, mais me convenço A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício

Não quero ser o último a comer-te Não quero ser o último a comer-te. Se em tempo não ousei, agora

O seu santo nome Não facilite com a palavra amor. Não a jogue no espaço, bolha de sabão. Não se

Também já fui brasileiro Eu também já fui brasileiro moreno como vocês. Ponteei viola, guiei forde e aprendi na mesa