Devo fazer o Enem mesmo depois dos 30 anos?
Por que fazer Enem, mesmo se você acha que está velho demais para isso
Quando somos jovens e temos nossos 18 anos temos a primeira grande responsabilidade: decidir qual profissão seguiremos para o restante da vida. A verdade é que quase ninguém está pronto para fazer essa decisão.
Desde cedo tinha em mente em ser arquiteto. Mas como no meu tempo o acesso à universidade pública era bem escassa, acabei me contentando com uma faculdade privada em Design.
Quando fiz 25 anos, não me sentia mais satisfeito com minha área. Decidi finalmente então prestar para arquitetura, e o fiz mais de uma vez, mas sem sucesso. Afinal, se já é difícil para um jovem que acabou de sair do ensino médio, imagine para quem tinha terminado o colegial há mais de 10 anos.
Mas a vontade de sair de onde estava era forte. Em uma conversa com amigos um deles me disse que eu sempre tive jeito de psicólogo. Passei meses pensando nisso, pesquisei bastante e descobri que aquilo que me motivava a fazer arquitetura era o mesmo que me motivaria a fazer psicologia: entender o comportamento humano e intervir positivamente nele.
Mesmo com mais de 30, decidi prestar para psicologia. E agora, com os novos meios de acesso ao ensino superior (SISU, PROUNI, FIES) ficou claro que o vestibular para universidades públicas não era mais o único caminho a ser percorrido. Só existia, claro, uma única exigência: o ENEM.
A preparação para o Enem depois dos 30
Prestar para o Exame Nacional do Ensino Médio não é tão diferente de outro vestibular, mas é uma prova mais justa, até mesmo para quem concluiu o ensino médio faz tempo.
Se você está nessa situação, então não deve ter visto uma série de assuntos que hoje são comuns, como artes, filosofia e sociologia. Sem contar com física e química totalmente enferrujados, além de assuntos que são abordados de forma diferente hoje.
Começar a estudar do zero é uma péssima estratégia. Não temos mais todo esse tempo. O conselho aqui é conseguir apostilas de cursinhos com quem acabou de entrar na universidade. Cursinhos são focados naquilo que realmente cai no vestibular, e esse filtro é muito bem vindo.
Você também pode optar por fazer cursinho. Se isso lhe agradar, tente procurar algum cursinho que tenha mais pessoas da sua faixa etária. Não é uma questão apenas de autoestima, mas também da dinâmica da aula, que muda para atender essas pessoas.
De qualquer forma, começar a estudar cedo é uma ótima ideia. Ter uma estratégia de estudos também é a melhor maneira de obter resultados. Foque seus estudos naquilo que realmente lembra menos, apenas recapitulando aquilo que tinha facilidade na escola.
A tecnologia também ajuda muito. O Youtube está cheio de vídeo aulas dos mais diversos temas do vestibular. Assistir à vídeos também ajuda muito a relembrar conteúdos.
Também não negligencie os simulados. Eles dão uma visão muito clara sobre como é o exame, além de desenvolver a habilidade de fazê-lo, aprenderá a controlar o tempo, e até mesmo a chutar (sim, pois não dá para saber tudo né?).
Faça também pelo menos uma edição passada do Enem para adquirir essas habilidades.
E por fim, fazer o Enem depois dos 30 também tem vantagens. Depois de tantas entrevistas de emprego, dinâmicas e testes, fazer uma prova sozinho, mesmo que longa, era algo muito tranquilo. A ansiedade que sentia era definitivamente ínfima se comparar à do primeiro vestibular que prestei.
Além disso, anos assistindo documentários e noticiários me deram uma visão muito boa sobre as ciências humanas, principalmente nas áreas de história e geografia. Definitivamente estava preparado para as atualidades.
Quanto a mim… Prestei Enem, consegui o FIES 100% e já estou no 7º semestre de uma universidade reconhecida da minha região. Nunca é tarde para arregaçar as mangas e mudar seu destino, uma lição que aprendi com meu pai, que fez sua primeira faculdade aos 50 anos.