Virá bater à nossa porta?, Poema de Mário Quintana
Virá bater à nossa porta?
Esse tropel de cascos na noite profunda
Me enche de espanto, amigo…
Pois agora não existem mais carros de tração animal.
É com certeza a morte no seu carro fantasma
Que anda a visitar seus doentes pela cidade..
Será ela? Virá acaso bater à nossa porta?
Mas os fantasmas não batem; eles atravessam tudo silenciosamente,
Como atravessam nossas vidas…
A morte é a coisa mais antiga do mundo
E sempre chega pontualmente na hora incerta…
Que importa, afinal?
É agora a única surpresa que nos resta!